domingo, 27 de setembro de 2009

a loucura - original da madrugada de 25 agosto98 - parte 2

--> folha 2

Se eu chegar cantando,
não é porque acabo de ouvir a música,
mas porque ela está em mim
e eu a quero...
assim como quero a lua
como queijo a me esperar
em uma noite que já fora negra,
sem nenhum sinal de vida...
noites e dias de solidão...

outros dias, outros loucos
e mais e mais normais
para julgar
o que é certo ou errado
e qual o castigo
para o homem que saltou do prédio
e avisou os bombeiros antes,
mas acharam que era trote...

enquanto isso,
um menino empina pipa
no terreno baldio
que é praça, parque e estádio
de futebol sem cartola ou passe...
se a pandorga enrolar no fio,
ele faz outra
e logo mais estará de volta...
melhor que brincar de ninja
ligado em um videogame

enquanto o tempo passa
e o relógio não me deixa esquecer isso,
eu olho a tinta se espalhando
e manchando o caderno,
criando formas, símbolos, relações
interfaces da minha vida
com algumas árvores picadas
em nome do progresso...

ao meu redor, as coisas consiram
uma revolução silenciosa
uma guerra entre o mundo físico
e o mundo conveniente...
discretamente, eu observo tudo
e anoto coisas em um bloco
de rascunho...
tudo o que pode ser usado contra mim
está registrado para eu não esquecer....

livros, formas, cores,
o cheiro da noite é bom
a cor do luar
faz bem a meus olhos
cansados de ver o que não querem,
e de serem testemunhas
silinciosas, solitárias
de uma onda de normalidade sem
nexo, anexo
ou contexto exato
muito menos pretexto para ser...

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